terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A Sombra da Lua!

Ao buscar interiormente a coragem, é possível reagir diante do medo e torná-lo, para o ego, uma auto-afirmação. A coragem é o herói, que com espada e armadura, emerge das profundezas de cada um de nós e se lança em defesa da realização em nossa existência. Os medos podem se tornar patológicos e doentios. Quando isso acontece são conhecidos como fobias, que têm como principal característica o fato de a pessoa reconhecer seu sofrimento como ilógico, não conseguindo se dominar. Em minhas pesquisas no exterior do Meu Cazzzulo, Freud identifica a origem das fobias nas zonas inconscientes da psique, onde estão
reprimidas as experiências que as determinaram.
O que realmente assusta não é o objeto em si, mas o desejo (ou a ação!) que ele simboliza e o qual a pessoa se esforçou para esquecer, pois sua censura não lhe permitiu admitir que sentisse (ou queria pôr em prática!). Se, por um lado, esse mecanismo causa sofrimento devido ao medo que provoca, por outro poupa o indivíduo de vários sentimentos incômodos que sentiria ao compreender seu verdadeiro conteúdo.
Em nossos dias, as chamadas Síndromes do Pânico são tratadas apenas com medicamentos. De fato, durante essas crises, muitos se vêem à beira da loucura ou do suicídio, e a medicação, nesses casos, sem dúvida ajudam a diminuir seu nível de ansiedade. Mas se pensarmos apenas em remover os sintomas incômodos através de processos químicos, os famosos "tarja preta", sem conhecer suas causas por meio da busca interior, com certeza estaremos perdendo uma grande chance de crescimento, pois toda crise objetiva um enriquecimento pessoal.
De qualquer maneira, precisamos ter coragem de enfrentar alguns de nossos grandes medos: Medo do sofrimento que a consciência de nossos conteúdos interiores possa trazer, dos instintos que virão à tona, da dependência e da entrega total às nossas fugas, e o principal deles, o de encarar sua realidade nua e crua, pois é preciso vencer o medo de ver nossa imagem sucumbir.
Um amigo, em uma conversa informal, soltou uma frase, para muitos negativa mas, a meu ver, objetiva e de positivismo claro: "Falido não, quebrado no momento!".
Para alguns, a falência profissional, financeira, ou pessoal é um dos maiores medos, pois admití-la é assinar um atestado de fracasso e frustração. Para outros, oportunidade de recomeço, bastando apenas encontrar no medo a força para prosseguir.
Na verdade, seja qual for a situação em que o medo se faça presente, certamente é preciso coragem para entender o seu significado real, sobretudo, integrando à consciência emoções por nós negadas e reprimidas.
Se entendêssemos essa regra e, por alguns instantes, parássemos para vislumbrar as belezas da natureza, perceberíamos que a Lua, em seu inocente e inebriante brilho, na verdade nos revela apenas sua própria sombra.
No Universo de seus neurônios, pare e utilize-os, pensando que sua quase insana necessidade de brilhar é, na verdade, a mais pura e clara representação de seus mais obscuros conteúdos psicológicos negados.
Brilhe menos, e dê uma atenção maior à sua sombra!
NAMASTE!

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