
O Racismo afirma claramente que existem raças puras, que estas são superiores às demais e que tal superioridade autoriza uma hegemonia política e histórica, pontos de vista contra os quais se levantam objeções consideráveis. Em primeiro lugar, quase todos os grupos humanos atuais são produto de mestiçagens. A constante evolução da espécie humana e o caráter sempre provisório de tais grupos tornam ilusória qualquer definição fundada em dados étnicos estáveis. Quando se aplica ao homem o conceito de pureza biológica, confunde-se quase sempre grupo biológico com grupo lingüístico ou nacional.
O fenômeno, cujas origens são complexas, ocorre com maior ou menor intensidade em todas as etnias e em todos os países, e suas origens são muito complexas. Quando o Japão, por exemplo, conseguiu, na primeira metade do século XX, um desenvolvimento econômico comparável ao da Europa, surgiu no seio do povo japonês uma ideologia racista muito semelhante à que justificava o colonialismo europeu.

A história da humanidade refere-se, desde os tempos mais antigos, a relações, decorrentes das migrações, entre povos racialmente distintos. No entanto, antes da época de expansão das nações européias, as relações raciais não apresentavam a feição que mais tarde as caracterizaria.
Entre egípcios, gregos e romanos, as relações eram de vencedor e cativo, e vigoravam indiferentemente, mesmo com povos a eles semelhantes. Durante toda a Idade Média, a base do antagonismo entre povos era, sobretudo, de índole religiosa. Graças à grande força política da igreja, justificava-se a conquista e submissão de povos para incorporá-los à cristandade. Mesmo aos primeiros contatos entre portugueses e africanos, não havia nenhum atrito de ordem racial.
Dados Históricos

Outros autores, como Alfred Rosenberg, também contribuíram para criar a ideologia racista. Esta, convertida em programa político pelo nazismo, visava unificar os alemães, mas como a identificação dos traços raciais específicos do povo de senhores era impossível na prática, criou-se uma "raça inimiga" que unisse contra ela o povo alemão. A perseguição dos Judeus ou a escravização de povos da Europa Oriental em nome da superioridade da pretendida raça ariana resultou, por suas atrocidades, na adoção pela opinião pública mundial de critérios opostos ao racismo, a partir do final da Segunda Guerra Mundial.

A República Sul-Africana foi a nação em que o racismo mais teve influência na política. Sua antiga Constituição incluía artigos de clara segregação racial e discriminação entre os cidadãos, conhecidos como leis do "Apartheid". O Apartheid atingia a habitação, o emprego, a educação e os serviços públicos. Foi implantado para favorecer a permanência no poder de uma minoria branca. Mas, a partir de 1990, Frederick de Klerk, sucessor de Pieter Botha, vendo-se acuado pelas pressões estrangeiras, condena oficialmente o Apartheid e liberta líderes políticos, entre eles Nelson Mandela.
Em Shaperville, 21 de março de 1960, vinte mil negros protestam contra a lei que os obriga a portar cartões de identificação. O exército atira sobre a multidão.
Saldo: 67 mortos e 186 feridos.
O Congresso Nacional Africano, que é o maior grupo organizado de oposição ao Apartheid, responde à brutalidade do ataque abandonando a política de não-violência. O líder do movimento, Nelson Mandela, viria a ser preso e sentenciado à prisão perpétua.
A África do Sul tem uma população de cinco milhões de brancos, 29 milhões de negros, 2 milhões de mulatos e um milhão de asiáticos. O governo é composto quase exclusivamente de brancos.
A África do Sul é um país de grande importância estratégica para o mundo ocidental. Ao longo de sua costa viajam quase todos os navios que transportam petróleo para o Ocidente. A África do Sul é rica em ouro, diamantes, carvão, ferro, minérios, cromo e urânio, vital para a indústria militar.

Em 5 de julho de 1989, o Presidente Sul-Africano Pieter Botha entrevista-se com Nelson Mandela para preparar sua libertação. Mas foi o seu sucessor na liderança do Partido Nacional, Frederick de Klerk, que no dia 2 de fevereiro de 1990 anuncia no Parlamento as primeiras medidas para pôr fim ao sistema de Apartheid. Liberaliza o Congresso Nacional Africano, o Congresso Pan-Africano e o Partido Comunista Sul-Africano.
Em 11 de fevereiro, Nelson Mandela, líder do Congresso Nacional Africano, preso por 28 anos, é libertado. Em 1991 negociações multirraciais são iniciadas para estabelecer as bases de um período de transição. O presidente De Klerk pede perdão pelo Apartheid em outubro de 1992 e, um ano depois, De Klerk e Mandela recebem o Prêmio Nobel da Paz. Em 1994 é posta em vigor a nova Constituição provisória não-racial, que outorga direito de voto à maioria negra. Em 27 de abril de 1994, primeiras eleições multirraciais na África do Sul, Nelson Mandela sai candidato pelo Congresso Nacional Africano e se torna Presidente. Um desafio para o CNA de Mandela: fazer uma África do Sul mais humana e com melhores condições de vida para a maioria de sua população.

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