quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ser ou Estar?

Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida.
Os fatos revelam tudo e as atitudes confirmam!
Quem é você?
Do que gosta?
Em que acredita?
O que deseja?
Dia e noite somos questionados, e as respostas costumam ser inteligentes, espirituosas e decentes. Tudo para causar a melhor impressão aos nossos inquisidores. Ora, quem sou eu? Sou do bem, sou honesto(a), sou perseverante, sou bem-humorado(a), sou aberto(a) - não costumamos economizar atributos quando se trata da nossa própria descrição.
Do que gostamos? De coisas belas!
No que acreditamos? Em dias melhores!
O que desejamos? A paz universal!
Enquanto isso, o cramulhão dentro de nós revira o estômago e faz cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo... Ninguém é tão imaculado assim! A despeito do nosso inegável talento como divulgadores de nós mesmos e da nossa falta de modéstia ao descrever nosso perfil no Orkut, a verdade é que o que dizemos não tem tanta importância. Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida.
Novamente afirmo: Os fatos revelam tudo e as atitudes confirmam!
O que você diz - com todo o respeito que lhe devo - é apenas o que você diz! Entre a data do nosso nascimento e a desconhecida data da nossa morte, acreditamos ainda estar no meio do percurso e, mesmo depois de 6, 7, 8 décadas, ainda seguimos nos anunciando como bons partidos, incrementamos nossas façanhas, do alto do Olimpo julgamos o mundo profano sem olhar para o próprio umbigo, abusamos da retórica como se ela fosse uma espécie de Photoshop que pudesse sumir com nossos defeitos e, ainda se não bastasse, pregamos o hipócrita e medíocre teatro da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade".
FRATERNIDADE OHHH CACETE!...
Conveniência SIM, falsos Pilatos, resume a sentença entre aspas!
Mas é na reta final que nosso passado nos calará e responderá por nós.
Quantos amigos você manteve?
Em que consistiu sua trajetória amorosa?
Como educou seus filhos?
Que munição ofertou-lhes para a batalha da vida?
Quanto houve de alegria no seu cotidiano?
Qual o grau de intimidade que preservou com seus familiares?
Ficou devendo amor? Ficou devendo afeto?
Como lidou com tentativas de corrupção? Corrompeu?
Em que circunstâncias mentiu?
Como tratou empregados, balconistas, porteiros, garçons?
Que impressão causou nos outros,
não naqueles que o vêem uma vez por semana,
mas com quem conviveu por 20, 30 anos ou mais?
Que impressão causou naqueles que conhecem sua essência?
Quantas pessoas magoou na vida?
Quantas vezes pediu perdão? Pediu perdão?
Quem vai sentir sua falta?
Aliás, vamos lá, responda: Quem sentirá sua falta?
Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar
sobre o que não queremos que venha à tona.
Mas saiba: Será Inútil!
A soma dos nossos dias assinará este inventário
e fará um levantamento honesto.
Cazuza já nos cutucava:
Suas idéias correspondem aos fatos?
Reitero: o que se diz é apenas o que se diz!
Nos últimos segundos de nossa existência, a vida que construímos
é que se revelará o mais eficiente detector de nossas verdades.
No exterior do Meu Cazzzulo algumas pessoas
estão mais próximas do fim do que do início,
e ainda acreditam que "Estar" é mais importante do que "Ser"...
Acima de tudo e com toda a minha força de pensamento, acredito que,
mesmo nos últimos segundos, ao descobrirem o real significado do Amor,
este cenário mudará e me ofertará surpresas afetuosas!

NAMASTE!

1 Comentário

Anônimo disse...

PQP!!!!
Só isso! rs
PJ

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