segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Mau Rico!

Riquezas materiais são, sem sombra de dúvida, uma das provas mais difíceis da Universidade Providencial, uma vez que é mais perigosa que a miséria, por suas tentações, fascínios, orgulho em sua suprema excitação, egoísmo, sensualidade e, o mais vil dos vícios emocionais, a vaidade. O apego aos bens materiais é o vínculo mais poderoso que prende o Homem ao plano terreno, afastando-o, por conseguinte,
da fortuna infinita da Providência.
A matéria, em sua errônea interpretação de riqueza, felicidade e prazer, produz e entorpece tão vertiginosamente, a ponto de ser nítida e notória a transformação daquele que passa da miséria à fortuna, esquecendo velozmente de seu primeiro status, olvidando também daqueles que o ajudaram, que partilharam o pão e o ombro, tornando-se insensível, egoísta, prepotente, esnobe e improfícuo.
Mas o fato das tentações terrenas e materiais apresentarem um caminho árduo e difícil, não se pode tomar por impossível.
Com resignação, desprendimento e servidão, torna-se um meio de aproximação prestigiosa à Providência, uma vez que mesmo certos venenos devolvem a saúde, se empregados com propósito e discernimento. Não entenda que pretendo neste artigo estabelecer como princípio absoluto que cada um deva se despojar daquilo que possui, resumir-se apenas a roupa do corpo, e partir sob aplausos ao Olimpo. E não adianta também comodamente interpretar minhas palavras, resumindo-as à compra de balinhas no semáforo, tirando assim, o saco de cimento que voz atormenta a consciência. De nada adianta a honestidade, não fazer mal a ninguém, não maldizer nem julgar opositores, não ser orgulhoso nem tampouco avarento, viver feliz e docemente com seus familiares, se não houver a verdadeira abnegação à matéria e a pura e simples prática da caridade.
Volto a afirmar que a caridade aqui relatada não se trata de esmola, e sim da simples e bem-vinda prática da beneficência moral. Se minhas palavras forem tomadas rigorosamente, abolimos pois a riqueza material como nociva à nossa felicidade, e como fonte absoluta de todos os males deste plano terreno? NÃO!
Se a riqueza material é fonte de malefícios, que se trate a causa, e não o efeito. Se tais riquezas excitam más paixões, se provocam crimes e insanidades, se tomam o controle do discernimento e do juízo dos Homens, é preciso que se tome o Homem de assalto, por seus abusos perniciosos e por sua insana sevícia.
Mesmo que tais riquezas sejam frutos de trabalho árduo, de vida pessoal inerte por entrega alienada ao trabalho, mesmo que sua riqueza seja fruto de um trabalho honesto, interprete suas conquistas como o elemento fundamental e direto para a construção de seu progresso moral e intelectual.
Não julgue seus conhecimentos, suas experiências e sua inteligência como ferramentas para concentração de necessidades materiais, ou até mesmo supérfluas, mas compreenda que suas faculdades podem trazer-lhe grandes verdades morais, se bem empregadas. A riqueza material, sendo o primeiro meio de execução do progresso capitalista, sem ela não existiria trabalho, não mais atividades, não mais estímulos e incentivos, nem tampouco pesquisas, nem sequer evolução científica, biológica e tecnológica.
Pois SIM: é a premissa ao progresso,
se manipulada com austeridade!
Como a Índia e suas ricas culturas
estão atualmente em evidência,
segue um provérbio Indu:
"Conquiste apenas o que você possa carregar!"...
NAMASTE!

1 Comentário

Anônimo disse...

Belo artigo...
Compreendeste bem a mensagem que vos foi apresentada e que agora a retrata tão sabiamente através de suas palavras!
Riqueza versus caridade... Será sempre um grande desafio a aqueles que a providência divina empresta algumas moedas de ouro a mais que outros... Dar o supérfluo a quem não tem o necessário!
Devemos ser sempre lembrados dos ensinamentos morais e éticos, seja pela leitura de um livro, pela voz de um orador ou pela mágica e rápida informação dada pela internet como você acaba de fazer... Parabéns!
Abraços...
P_JR

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