quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Relações de Poder!

Normalmente as evito!
Sempre tive aversão a esse tipo de relação...
Só que existem situações que esse tipo de relação é inevitável. Pode parecer besteira, mas não me sinto a vontade em disputas fúteis por espaço. Pelo menos em minha concepção de mundo a única regra absoluta e inviolável é o respeito pelo outro.
Sei que é complicado pensar dessa forma, afinal, são N concepções de mundo distintas e é complicadíssimo não pisar em convicções e orgulhos alheios. Aí que entram as relações de poder inevitáveis, quase obrigatórias na forma de mundo como vivemos.
Neste plano terreno, para sobreviver, nos submetemos a hierarquias, regras e situações que inevitavelmente ferem nossas convicções. Recordo-me de 15 anos atrás, quando aguardava ser chamado para uma entrevista de emprego, onde eu me encontrava em uma sala diante de duas dúzias de candidatos para a mesma vaga. Neste cenário, foi inevitável a conversa com o candidato do lado, alguns assuntos banais, outros relacionados à vaga em questão. No decorrer de uma determinada conversa, um candidato (adversário nas relações de poder!) começou a expor as adversidades que enfrentava em sua vida, família, filhos, contas, problemas, insônia, etc.
Na etapa final do processo seletivo restaram três candidatos:
Eu, aquele rapaz cheio de problemas pessoais, e uma moça recém casada, sem filhos...
Ao final do processo, eu não fui selecionado, pois, apesar de minha desenvoltura nos diversos testes e entrevistas, não possuia naquela época uma qualificação específica. A moça foi contratada e o rapaz cheio de problemas voltou pra casa frustrado.
Confesso que não torci por mim, e sim pelo rapaz. Não consigo determinar relações de poder, mesmo com argumentos compatíveis, quando o outro almeja a conquista mais do que eu e, na análise do cenário, ao perceber que há alguém que precise disso ou daquilo mais do que minhas necessidades, prefiro recuar e iniciar um novo processo em busca do que está realmente reservado para meus predicados e propósitos.
Ultimamente tenho me envolvido em situações que por mais que eu seja contra ou em práticas que se apresentem contra aos meus pontos pacíficos, me submeto ou entro em disputas que acredito desnecessárias e sem sentido.
Disputas fúteis de poder, absolutamente com o propósito de se ter razão ou se deter o poder!
O problema é que em qualquer dos casos acabo por pisar em meu próprio modo de pensar e viver, pois tenho recuado frequentemente para viver em paz nas relações pessoais de poder.
A necessidade de imposição, a preocupação do outro em se afirmar diante da manada, em prol da sobrevivência social quase que a força, me enlouquece...
É como se eu tivesse de agir por conta do orgulho e não por conta das minhas vontades!
Houve um momento em que reações eram minha arma em punho...
Tudo e todos que se colocassem como obstáculo eu transpunha com todas as minhas forças, apenas para manter minha opinião no circumponto do Universo. Reações impulsivas, palavras sem freio, pensamentos destoados, sempre fomentando a quase insana necessidade de auto-afirmação não devem ser o ponto forte e as opiniões contrárias devem ser tratadas com respeito ao outro e deve ser preservado o direito do outro de pensar e agir conforme seu grau de evolução, a não ser que a situação se torne uma questão de sobrevivência. Não que isso seja uma questão de não aceitação de julgamentos, mas acredito que a necessidade de imposição a força, guela abaixo, sem ponderações e explicações, fogem do caminho que deve ser escolhido para viver.
Sei que as pessoas, quando em ações impulsivas, fogem do racional, mas utilizar-se do poder para obrigar a seguir, felizmente, é o que eu não quero para mim.
Mas enquanto houver neste plano evolução espiritual e intelectual terei de continuar a aceitar certas coisas que destoam de meus critérios e valores, ou entrar em conflitos extremamente desgastantes...
A escolha é minha:
Recuar ou desgastar relações!
Este artigo não pretende articular conclusões ou influenciar sobre relacionamento com pessoas, mas sim relações de poder em outras esferas.
Sim, envolvem pessoas,
mas pode ser assunto para outro artigo!
A vida é assim...
E assim se segue...
NAMASTE!

2 C O M E N T Á R I O (S)

Escriba Editora disse...

Parabéns!
Hora de recuar, recuar.
Hora de avançar, avançar.
E, o mais importante:
"Não desanimeis, animais como eu!"
(do filósofo alagoano Chico Miranda)
Sucesso!

Tamara disse...

Realmente, existem horas que desgastamos relações desnecessariamente.
bjus.

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