terça-feira, 24 de março de 2009

Mário Quintana!

O poeta biográfico.
Aquele que optou pela solidão das gotas da caneta tinteiro, solidão das palavras soltas, palavras que já serviram, servem e servirão...

Abaixo, três nuances que me cabem!!

___ Os Passarinhos___

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoista e mau.
E a minha poesia é um vício triste, desesperado e solitário...
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada... Com o teu passo leve... Com esses teus cabelos... E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil...
Aonde viessem pousar os passarinhos.

___Poeminha do Contra___

Todos estes que aí estão
atravancando o meu caminho...
Eles passarão...
Eu passarinho!

___Esperança___

Lá bem no alto do décimo segundo andar
do ano vive uma louca chamada Esperança.
E ela pensa que quando todas as sirenas...
Todas as buzinas...
Todos os reco-recos tocarem...
Atira-se!!!
E— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada...
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes
E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!...)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
NAMASTE!

1 Comentário

Anônimo disse...

Amor meu!
Passando por aqui, para ler um pouquinho..
Já te falei que sinto saudades?
Bjuuus!

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